Veja principais pontos do projeto contra “adultização” de crianças nas redes

Veja principais pontos do projeto contra “adultização” de crianças nas redes

Texto prevê medidas como controle parental obrigatório, restrição de anúncios, retirada imediata de conteúdo abusivo e multas de até R$ 50 milhões

Adultização – O Senado deve votar nesta quarta-feira (27) o projeto de lei que estabelece novas regras de proteção a crianças e adolescentes na internet. A proposta, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-ES), ficou conhecida como uma espécie de “ECA digital” e retorna à Casa após alterações feitas pela Câmara dos Deputados.

Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a matéria será deliberada em plenário ainda hoje. Ele destacou a urgência do tema, afirmando que o objetivo é “diminuir riscos de exploração e tornar a internet um espaço mais seguro para crianças e adolescentes”. O senador Flavio Arns (PSB-PR) será o relator do texto.

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O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), já havia apontado o projeto como prioridade do Planalto na semana. A discussão ganhou força após a repercussão de um vídeo do influenciador Felca, que reacendeu debates sobre a exposição precoce de crianças nas redes sociais.

O que prevê o projeto

A proposta impõe às plataformas digitais um “dever de cuidado” em relação a menores de idade, com mecanismos de controle parental, restrições de conteúdo e regras mais rígidas para coleta e uso de dados. Entre os principais pontos, estão:

– Privacidade: proteção máxima de dados de crianças e adolescentes, limitando a coleta de informações.
– Verificação de idade: acesso a conteúdo adulto somente com sistemas confiáveis de checagem.
– Controle parental: responsáveis poderão definir tempo de uso, contatos e visibilidade de conteúdos.
– Jogos eletrônicos: proibição de loot boxes, práticas comparadas a jogos de azar.
– Publicidade: vedada a segmentação de anúncios para menores com base em perfis comportamentais.
– Redes sociais: contas de crianças deverão estar vinculadas a responsáveis legais, sem perfis comerciais.
– Proteção contra exploração sexual: plataformas terão de remover conteúdos abusivos imediatamente e acionar autoridades.
– Transparência: empresas com mais de 1 milhão de usuários menores terão de publicar relatórios semestrais.
– Sanções: podem incluir multas de até R$ 50 milhões, advertências ou suspensão das atividades.
– Fabricantes: dispositivos conectáveis à internet deverão trazer avisos sobre riscos digitais para crianças.

Com o acordo entre governo e oposição, a expectativa é de aprovação rápida no Senado. Se aprovado sem novas mudanças, o texto seguirá para sanção presidencial.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução/Freepik/Rawpixel.com)

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